Terminei de postar a minha lista de 100 filmes favoritos. É óbvio que, com revisões, as posições podem mudar, um ou outro filme pode sair, outros podem entrar. Mas os primeiros colocados (até o número 25, mais ou menos) são definitivos, e suas posições, acredito eu, são essas aí. Quanto aos quinze primeiros, não há nenhuma dúvida.
Quando vi AURORA pela primeira vez, fiquei absolutamente maravilhado: é o filme mais perfeito de todos, com certeza o mais emocionante; além disso, é um filme sobre a esperança, o que certamente toca-nos de forma especial.
O segundo colocado seria, em sua essência, um filme oposto ao primeiro. A GRANDE TESTEMUNHA é a mais pungente de todas as obras-primas de Bresson, talvez o filme mais melancólico e mais triste da história.
A MARCA DA MALDADE é o maior representante do cinema americano clássico (apesar de ser moderníssimo). É um filme fortíssimo, muito superior a Cidadão Kane.
M é, essencialmente, um filme de terror, o maior de todos.
ANDREI RUBLEV é a maior meditação metafísica já feita no cinema.
DEPOIS DO VENDAVAL é o feel-good-movie da minha lista, mas não só isso: o melhor exemplo do cinema tecnicamente brilhante de John Ford, que foi, além disso, o maior narrador do cinema.
A ROTINA TEM SEU ENCANTO é o canto de cisne de Ozu, um hino à vida, um lamento pelo seu fim, pelo tempo que passa e não volta.
UM CORPO QUE CAI é um dos filmes mais misteriosos já feitos, e tem a melhor música do cinema, de Bernard Herrmann.
CASSINO é o maior épico de todo o cinema: a história de um homem, de um negócio, de um país. Uma história de poder e traição que se repete desde os primórdios da humanidade, captada pela câmera nervosa de Scorsese.
STROMBOLI é cinema humanista da mais alta categoria; as deficiências técnicas de Rossellini não são nada perto de seu poder de criar cenas trágicas a partir de tão poucos recursos.
Os outros são todos tão grandes quanto esses. A ordem está de acordo com aquilo que fala mais alto à minha alma. Apenas gostaria de ter colocado O Joelho de Claire e A Paixão de Cristo em posições mais altas: são filmes que crescem com o tempo, como todo grande clássico.
A maior parte dos filmes listados está disponível em DVD. Mas alguns (os números 2, 7, 13, 21, 26, 31, 32, 34, 35, 36, 38, 42, 49, 58, 62, 66, 67, 77, 81, 84, 88, 91, 92, 94) ainda não estão disponíveis - podem ser encontrados, às vezes, na TV, em cineclubes, ou na internet.
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2 comentários:
Que legal, fiquei bastante interessado em conferir esta lista aí. Vou tentar vê-los, vc recomenda qual locadora para encontrá-los, a Video Um?
eu vi alguns (poucos) filmes da lista e teve um que não conheci e vi pela sua indicação, acho que era a Eternidade em um dia de um diretor grego, o filme era muito lento (e olha que este tipo de coisa nao me afeta, mas aquele era demais). vou tentar ver os outros, sobretudo o primeirão Aurora...
Abração
Ronaldo
Grande Ronaldo! Olha, tanto a Vídeo Um quanto a Cartoon são muito boas. Sempre pego filmes nesta última, pois fica bem perto da minha casa.
Aurora é um filme que encanta qualquer um, e foi lançado em DVD recentemente. Não vi o DVD, mas deve ser bom. Vi o filme quando ele passou na TV a cabo. Sonho em vê-lo na tela grande, porque suas imagens são das mais mágicas já criadas no cinema.
Quanto à lentidão de alguns filmes, repito o que já disse. Há filmes e filmes. Em alguns, a lentidão é afetação. Em outros, é algo intrínseco à própria obra. Acredito que A ETERNIDADE E UM DIA esteja nesta categoria. Mas reconheço que é um filme difícil, pesado. Há outros filmes nessa linha: ANDREI RUBLEV é lento e muito, muito, muito denso. É uma meditação metafísica que nunca mais houve no cinema. A PALAVRA também vai nesse sentido (do mesmo diretor, você talvez fosse preferir DIAS DE IRA). LUZ DE INVERNO está no mesmo caso.
Acho que você iria gostar muito de A MARCA DA MALDADE, M, UM CORPO QUE CAI, ERA UMA VEZ NA AMÉRICA, CREPÚSCULO DOS DEUSES, OS VIVOS E OS MORTOS, O ALUCINADO, AS COISAS SIMPLES DA VIDA, OS OLHOS SEM ROSTO.
E aí, que tal você fazer a sua lista? É cansativo, mas divertido.
Abração
Henrique
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